sábado, 12 de fevereiro de 2011

Cavalheirismo contemporâneo

Existe uma palavra que eu gosto muito: sutileza. A sonoridade é leve e o significado também. E ela casa perfeitamente com outra palavra de significado especial, gentileza.


Há quem confunda. A sutileza é discreta. Já a gentileza fala por si só. E há de se considerar, ambas traduzem a delicadeza de um gesto. E é sobre essa relação que discorro a brunisse de hoje.


Não vejo razão em não demonstrar a minha satisfação publicamente. Entre as coisas que me surpreendem, está a capacidade que alguns homens ainda têm de ser cavalheiros, cada qual ao seu modo, gesto e graça!
Incontestável a satisfação quando um representante dessa espécie se atenta aos meus detalhes e solta um comentário despretensioso sobre a cor do esmalte, a pedrinha do brinco ou sobre o acessório no meu cabelo. É coisa rara, eu sei sobre a dificuldade que vocês têm de perceber o pequeno, o minuncioso, o peculiar, ainda mais quando naturalmente vocês têm maior propensão ao daltonismo e ao pragmatismo. Mas sim, me encho por dentro quando isso acontece!

E não pensem que não sei diferenciar um gesto sincero de segundas intenções. Deus me deu o dom preciosíssimo de perceber a essência das pessoas. E claro, se alguém é flagrado dando uma de espertinho pra cima de mim, perde muitos pontos!  

Continuando, são adoráveis aqueles que fazem questão de ser prestativos. Se sentem heróis quando alcançam alguma coisa no alto, trocam a lâmpada ou carregam uma mala pesada pra gente. E quando abrem a porta do carro?! Quanta nobreza!
Juro que morro de dó de abusar da boa vontade. Sei o quanto esses serviços são desconfortáveis, mas é tão bom ter a sensação de que alguém quer me poupar da fadiga ou de qualquer perigo, que eu me entrego aos cuidados. 

Porém, diante de todos esses gestos e delicadezas, percebo que eles têm um certo receio quanto ao cavalheirismo contemporâneo (essa foi boa!) e ficam apreensivos diante da nossa reação - afinal isso é tão raro que a gente já nem sabe como se comportar perante tanta gentileza. 

Entretanto, é aceitável que eles fiquem inseguros assim.
Não faz muito tempo, os homens perderam a postura de nossos protetores. Isso porque nós, mulheres, nos escondemos por trás de uma carcaça de feminismo exacerbado e de auto-suficiência, deixando sobrar pouco espaço pra eles, senão o da companhia de sábado à noite (que fique claro que eu não faço parte desse time!).

O resultado disso são pessoas sozinhas fugindo de relações que despendam muito mais que uma noite agradável. Mas isso é assunto pra outro dia...

Que me perdoem os grosseiros, machistas e moderninhos, mas a cortesia à moda antiga ainda me fascina. Um brinde aos homens de sensibilidade!

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