segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sobre a paz e o amor!

Se eu pudesse escolher uma época pra viver, seria hippie. Andaria em bandos, toda cheia de penduricalhos coloridos. Abandonaria o que dizem que é certo e faria exatamente o que tivesse vontade. Iria contra o "consumismo que me consome". Faria protestos contra a guerra e contra tudo o que acho feio, errado e sem caráter. Fumaria muita maconha e destilaria a pimenta sem controlar a dose. Mas não ouço Mutantes, não curto Zé Ramalho, Pink Floyd pra mim é samba de uma nota só e prefiro que não toquem Raul. Ou seja, seria uma hippie sem eira nem beira, cheirando a The One.

Mas de tudo mesmo, eu só gostaria de virar hippie pra fazer valer a máxima da Paz e Amor - universais.
Eu lutaria para que as pessoas fossem menos egoístas. Essa "geração do eu" a qual pertenço - eu, você e todos nós - me assusta.  

Nossas escolhas nos deixaram sozinhos. Chegamos num ponto em que a gente vive de medo. Medo da vida, do crescimento, das expressões. A gente tem que se defender o tempo todo das pessoas. Ninguém mais se edifica, se destrói. Seria tão mais fácil fechar os olhos e poder confiar. Onde moram as pessoas boas e justas?! Você nunca sabe se quem está ao seu lado é amigo ou inimigo, te defende ou é covarde. Você nunca sabe o que há por vir. O medo é inevitável.

E quanto ao amor... Algo tão puro e sereno, virou sinônimo de dor. As manifestações de amor estão tão deturpadas. O Zé mata porque diz que ama. O Joaquim estupra porque diz que ama. A Marizinha trai e ainda diz que ama. O amor não é essa turbulência toda. O amor é equilíbrio. O amor não deixa faltar, ele completa. Solitude é muito diferente de plenitude!

Não quero acreditar que o mundo não tem mais jeito. Eu me recuso. Alguém tem uma Máquina do Tempo?! Eu devolvo! Me encontre em 1970!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Procura-se um amor

O frio tem o estranho poder de me deixar mais carente. É sempre assim, alguém puxa a conversa sobre o tal do tempo e logo surge a pérola: “Huuum, friozinho! Bom pra ficar debaixo da coberta assistindo a um filminho e tomando um vinhozinho”. Tudo fica tão “inho inho”, que começo a ter birra até do boliiiinho (o caipira!).
Nos últimos outonos e invernos da minha vida, dividi a coberta e a garrafa de vinho com metades de mim que já não existem mais. Neste, as coisas vão ser diferentes. Estou pensando em comprar um aquecedor elétrico e um bom par de pantufas, dispensar o vinho e ir pra beira do fogão fazer um chocolate quente. Nada de filme (geralmente eles têm umas trilhas sonoras que deprimem). Acho que vou ler uns livros que estão na estante juntando poeira. De trilha sonora, no máximo um instrumental do Tom. E de carinho, só as lambidinhas da minha vira-lata!

Passei por um período em que optei por não me envolver com ninguém – embora no fundo rezasse para aparecer alguém que me fizesse perder o juízo e a razão!
Passar por essa abstinência de sentimentos me fez amadurecer. E isso não é um clichê. Aprendi que as pessoas que “não têm” defeitos são as primeiras a irem embora da vida gente, pelo simples fato de que são feitas de ilusão.

A fase cinza passou e eu não quero chegar ao ponto de não acreditar mais nas pessoas e no caráter delas.
A vida vai bem, obrigada. Mas está faltando o coração disparar quando penso em alguém. Sinto falta de acordar e ter aquele primeiro pensamento que dá razão pro dia ser melhor.

Tô sentindo falta de dormir de conchinha, de preparar um jantar, de planejar viagem, de ajudar a guiar no mapa (homens são péssimos quando se trata de localização). Sinto falta de levar a toalha no banho, de andar no parque de mãos dadas, de pegar a última sessão de cinema no sábado. Falta de fazer massagem, de ser surpreendida por um abraço e simplesmente ficar em silêncio (às vezes é bom sentir o momento sem falar nada). Sinto falta do que ainda não vivi com alguém que desconheço!
Procura-se um amor...

...alguém que seja de verdade – que tenha a verdade nos olhos e nos gestos. Alguém que tenha problemas, que precise desabafar. Quero ouvir, ajudar, pensar em soluçoes, dar força, testar hipóteses junto.  
Quero alguém que tenha anseios e me que inclua neles. Alguém que expresse opinião, mesmo que seja divergente da minha. Alguém que faça piada dos próprios desajustes, pra eu rir e ver nisso, um charme. Quero ter segredos com alguém. Alguém que use bermuda com furos e que ande de chinelo em casa. Quero alguém que sinta dor de barriga, que troque lâmpada, que lave o carro, que saiba escolher batata no supermercado.  
           
Afinal, é possível duas pessoas se gostarem simultaneamente?!
Tô achando que essa vida é um eterno desencontro de interesses. Se for, já era. Eu não quero perder tempo com essas relações que começam com joguinhos. Não quero ter que mover o mundo pra conquistar. Quero que a sublimidade de um encontro aconteça pelo olhar. Simples assim. Eu gosto de você. Você gosta de mim. Eu não ofereço risco pra você. Você não oferece risco pra mim. Eu não tenho medo de você e nem você de mim. Eu não vou brincar com os seus sentimentos nem você com os meus. E viveremos felizes para sempre – ou até onde valer a nossa tolerância. Fato, as relações podem acabar!

Por uma vida menos complicada. Por pessoas menos solitárias. Se houver alguém nesse mundo que fale a mesma língua que eu, por favor, apareça...eça...eça...eça!      
           


           

           



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Safra de 86!

Lembro de uma conversa ao telefone que tive com um amigo. Tínhamos 13 anos. Falávamos sobre os nossos anseios pro futuro. Dividíamos nossas angústias sobre o que seríamos, quem seríamos e por onde começaríamos a trilhar o caminho até chegar lá. Quase como Caverna do Dragão; a gente não sabe pra onde vai, mas não pode parar de andar.

Partíamos do princípio de que a partir dos 18 a vida seria outra. Como naqueles filmes com efeitinhos em que de repente o cara se vê com 30 e tudo muda. No nosso caso, era 18. 
Achávamos que tirar a habilitação e poder entrar na balada mudaria as nossas vidas. Liberdade e acesso ao mundo. Isso de fato muda a vida da gente. Mas no meu caso, não foi determinante. Aos 13 anos os pensamentos são deturpados. A gente acha que sabe de tudo e não sabe nem de nós mesmos.  

Nessa mesma conversa lembro de ter imaginado a minha vida aos 25. Eu não sabia o que seria do meu futuro profissional. Não lembro se eu almejava ser médica ou advogada, talvez bailarina...?!
Eu não sabia nem do meu caráter. Nessa idade a gente ainda se define como legal ou chato. Bonito ou feio. Eu não era diferente. Lia Capricho, ouvia N'Sync, aprendia a beijar com a laranja e sonhava em casar com o Bon Jovi (sempre gostei dos homens mais velhos!).

Vinte e cinco completos. Agora é hora de fazer o balanço. Eu ainda não cheguei aonde eu queria chegar quando tive aquela conversa em que planejei casamento, filhos, casa na praia, casa no campo e casa na Lua.
Estou no caminho de tudo isso. Também não cheguei aos 30. Mas estou prestes a cruzar a fronteira derradeira. Encomendei meu primeiro pote de creme anti-sinais há uma semana. Uma mulher conta com todos os artifícios pra manter o frescor da juventude - mesmo que pareça não precisar!

Sinto que vivi o suficiente pra acumular boas histórias. E ainda vejo a vida inteira pela frente.
Hoje sou a mulher de 25. Tão excitante quanto um vinho e longe de virar vinagre. Satisfeita com meu corpo. Sem neuras com o tempo, com o vento, com o lento e com a balança.
Não tenho a pressa e a ansiedade de uma menina de 15, nem o desespero de uma mulher de 30.
A única cobrança que realmente me faço é viver e não ter vergonha de ser feliz.

Hoje sei dosar bem o meu lado menina ao meu lado mulher. Estou na linha tênue dessa diferença e posso abusar disso. O tempero da minha doçura misturado à minha malícia resultam num equilibrio perfeito. Eu sei disso!
Estou tão certa do que sou, que não preciso representar papel algum. Não fui inventada, não moro em Pasárgada e nem sou personagem de ficção.
Já não me preocupo com o que pensam de mim. Se pensarem em mim já é uma grande vantagem.

Aos 25 ainda não perdi o hábito de ser mimada. Em contrapartida, descobri que mimar pode ser ainda mais prazeroso.
Se não estou afim, não vou. Se não quero, não faço jogo. Se prefiro, escolho.

Ciúme é palavra quase que extinta do vocabulário. Insegurança também. Existem. Mas são finos e honrados. Discretos, não se expõem a qualquer preço.  
A beleza já não me convence. Dinheiro também não. Andar pelo Vicentina Aranha, sentar no puff verde e discorrer uma boa conversa já me satisfaz.
Busco um mundo mais cheio de conteúdo. Superficialidades me repelem.   

Não me apego ao pecado de ninguém. Nem aos meus. Tudo pela leveza das relações. Inclusive a minha relação comigo mesma.
Dispenso cerimônias. Dispenso clichês forçados. Dispenso tudo o que não quero pra mim, afinal ainda tenho uma vida pela frente. E não quero viver tudo de uma vez. Não tenho pressa de chegar lá. Eu só preciso chegar.




domingo, 8 de maio de 2011

A maior mulher do mundo!

Ela é a mulher da minha vida. Minha inspiração. Meu exemplo. Minha razão. Meu equilíbrio. Minhas respostas. Meu apoio. Minha segurança. Minha fortaleza. Minha ponte. Meu céu. Minha alegria. Minha sensatez. Minha coragem. Minha dignidade.
Ela é tudo. E não há restrições. Eu sou dela. Ela é minha. E esse laço ninguém corta.

Preciso, aqui, agradecer à minha por ter dito sim, quando poderia não me querer. Agradecer por me carregar na barriga, por escolher minhas roupinhas e escolher o nome mais bonito sem ao menos me conhecer. Agradecer por tolerar meus choros de madrugada e aquelas dores de dente que eu tinha. Agradecer por me fazer amar meu pai, quando eu poderia encontrar todos os motivos do mundo para ser diferente. Agradecer por me fazer comer jiló e dar valor em cada alimento que existe. Agradecer pelas festinhas da Xuxa e por todas as roupas cor-de-rosa que escolhia pra mim. Agradecer por não me deixar furar o umbigo e por não ter me deixado dançar o Tchan, enquanto todas as meninas dançavam. Agradecer, aliás, por todos os nãos que me disse.  

Por ela, meu mundo é muito mais fácil de ser habitado. Ela enxerga coisas boas em mim. Ela me levanta cada vez que eu penso em esmurecer. Já não tenho mais palavras.

Ela me traduz o significado de todos os sentimentos. Ela é a maior mulher do mundo. Ela é a minha mãe!