terça-feira, 19 de abril de 2011

Homens Ken

Virou moda. Eles se vestem de Ken (o namorado metrossexual da Barbie). Têm em média 30 anos, fazem depilação definitiva da barba, usam e abusam das máscaras rejuvenescedoras de vinho, folha de ouro e outras folclóricas substâncias mais.
Marcam hora para fazer aquele corte moderno (que fica todo espetadinho com aquele gel caríssimo da L'Oréal) e deixar as unhas com aquele brilho, que só a Lurdinha manicure do Jacques Janine sabe fazer.
Além disso, eles se matam na academia para deixar o braço com mais de 40 cm de diâmetro, fora as sessões reguladíssimas com a nutricionista.


De-fi-ni-ti-va-men-te não dá!
Adoro homem limpinho, mas se quiser disputar o espelho ou a hora na manicure comigo, vai ter que procurar outra "adversária".
Até a parte em que o cara se veste todo alinhadinho, tô dentro. Não há nada mais charmoso do que um Brooksfield dos pés à cabeça. Mas se limita a isso!


Bom mesmo era o tempo em que os homens cortavam o cabelo no barbeiro. R$5 o corte e ainda ganhavam uma aparada na barba. E olhe lá, era só uma leve aparada!
Confesso, aquela barba por fazer, estilo Los Hermanos, muito me agrada. A unha também não tem que estar brilhando base de seda. Só uma lixadinha resolve o nosso problema!
Aliás, é uma coisa que me chama a atenção, tenho verdadeira devoção por mão masculina, mas se estiver mais bem feita que a minha, perde pontos!
E a tal da máscara de pepino que eles cismaram de usar agora?! Abomino! Quando eu gosto, valorizo até as espinhas e os cravinhos da pele!

Essa coisa de dividir horário no salão com um Homem Ken, sinceramente, me preocupa. Que os homens estejam mais vaidosos, a gente até gosta, mas que ele não perca a sua essência.
Homem tem que ter jeito de homem, cheiro de homem. Tem que ter aquele cabelo desajeitado de homem. Tem que usar aquela meia que não combina com nada, só pra gente rir e fazer piada da simplicidade e praticidade em pegar o primeiro par que viu na gaveta.
Homem tem que pedir pra gente espremer aquela espinha nas costas - e não correr pra maca da esteticista achando que aquilo é o fim. Isso é "privilégio" feminino. É o charme da nossa insegurança. 
Não há nada mais excitante do que acompanhar o início da calvície e perceber que quem está ao seu lado já não é um Peter Pan - particularmente, isso me soa muito mais interessante.
E convenhamos, aquela barriga de chopp que vem crescendo a cada final de semana, acumula milhares de histórias engraçadas pra nos fazer rir. E no final das contas, o que vale é isso, alguém que nos faça ver graça na vida! 

Estamos combinados?! Nada de pedir meu Victoria's Secret emprestado!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Da série: Coisas que me broxam!

Se existe uma coisa que me broxa profundamente, é conversar com gente sem conteúdo. E sabe como a gente identifica um exemplar dessa espécie?! Quando ecoa um dissonante "com certeza" no meio da conversa.
É batata! Se a pessoa não sabe o que responder, ela vai mandar um "com certeza". É regra básica do convívio social: se você não tem argumentos, concorde com entusiasmo. E se possível, repita duas vezes, mais ou menos assim:
- Você acha que o mensalão foi uma invenção?!
- Com certeza, com certeza. Não tenho dúvidas disso.


Olha quanta imponência na fala desse cara! Ele não sabe nada sobre o mensalão, mas repetir o com "certeza" me leva a crer que ele entende tudo sobre a suposta organização criminosa! rs
Pior que isso, só aqueles que escrevem "concerteza". Tudo junto e misturado. Nota vermelha sem chance de segunda chamada. Uma decepção ortográfico-amorosa!
Lugar pra colher amostras da espécie: qualquer lugar é lugar. E isso é tão triste!

Outra coisa que me broxa é gente desnecessária.
Gente desnecessária é aquela pessoa que se vangloria por ser sincera - noutros termos, grossa e desagradável.
Eu conheço e convivo com vários desnecessários. Ninguém pede a opinião, mas eles falam da vida de todo mundo, cutucam onde aperta o calo de todo mundo, implicam com a forma de ser de todo mundo e se julgam viver no melhor dos mundos. Pra mim, não passam de uns frustrados. Preciso citar algum exemplo?!
Outro dia uma desnecessária expôs uma colega ao ridículo quando fez um comentário desnecessário sobre sua depilação (ou a falta de...). Aaah bonitona, vá ler um livro!
Lugar pra colher amostras da espécie: no trabalho da gente sempre tem aquele desagradável que jura que pode sair falando o que pensa, sem medir tom nem palavra. Mostra a língua pra ele!

Outro tipo broxante: gente que nunca fala com a gente, nem pra dar bom dia, mas que manda o convite do chá de tudo quanto é coisa. Chá de panela, chá bar, chá de bebê...
Lugar pra colher amostras da espécie: no trabalho também! rs...

Agora, se tem uma coisa que me broxa mais que muito é pobre que acha que a gente tem que dar de tudo pra eles. 
Hoje eu estava assistindo à reportagem sobre a reintegração de posse dos moradores do Conjunto Habitacional Henrique Dias, construído na então desfavelização da avenida da Prefeitura, há uns 10 anos.
Ah, me irritei quando ví duas doidas dizendo: "a gente só quer um lugar pra morar sossegada com nossos filhos", "eu não tenho pra onde ir"!
É isso que elas querem, sossego. Eu também. E só não tenho sossego porque estou ocupada demais trabalhando pra pagar os meus impostos e gerar dinheirinho pra bancar o sossego delas.
Por que é que o pobre cresce com essa mentalidade de assistencialismo, meu Deus?! Será possível que não pode estudar como todo mundo, ralar como todo mundo e pagar pra ter suas coisas, assim como todo mundo?!

Ah, broxei!

P.S: To be continued!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O que está acontecendo com o mundo?!

A tragédia no Colégio Tasso da Silveira me fez lembrar de uma crônica que escrevi há alguns anos, sobre o referendo de 2005; aquele que tinha como propósito proibir, ou não, a comercialização de armas de fogo no Brasil.

Na época, fui a favor da proibição. Mas como em qualquer plebiscito, o assunto polêmico dividiu opiniões.

Os que eram contra, alegavam que a proibição incentivava a demanda ilegal de armas no país, porque qualquer ladrão ou assassino que se preze, não compra armas por meios legais, portanto, a lei não vale pro criminoso.
Outros discursavam que o assaltante se sentiria mais à vontade sabendo que suas vítimas estariam desarmadas. Já os mais ortodoxos se defendiam alegando que necessitavam das armas para sua proteção pessoal.

Os que eram a favor da proibição, assim como eu, eram um tanto românticos. Uma vida não se traz de volta e não será outra morte que apagará a dor da perda e a dor moral de tornar-se mais um assassino.
E sem muitos rodeios, penso que as armas são instrumentos com uma única finalidade: matar. E isso, meus amigos, bastou para que eu votasse SIM.

Convenhamos, esse referendo em nada mudou a situação de violência no país. O problema está na desigualdade social, na má distribuição de renda, na péssima educação pública, na polícia ineficaz e mal remunerada e, principalmente, na justiça falha.

Porém, a falta de opção que o povo teve para decidir um assunto tão complexo com um simples "sim" ou "não" e a pouca informação legítima, levou a maioria a votar NÃO, NÃO DESEJAMOS A PROIBIÇÃO.

E assim foi...

Naquela época, profetizei que ainda assistiria à muitas passeatas pela paz, num teatro de títeres em que as pobres personagens seriam as mesmas pessoas que votaram a favor da venda liberada de armamento e munição. Todas vestidas de branco, com seus cartazes nas mãos e as fotos dos entes queridos estampados nas camisetas. 

Domingo terá uma passeata na Avenida Atlântica. Eu não estava errada. Infelizmente.