domingo, 30 de janeiro de 2011

A flor e a felicidade!

Foi o lugar mais fresco que encontrei pra ficar naquela tarde considerada a mais quente do ano: a sala da Priscila!
A Priscila é uma colega de trabalho. Toda hippie. Uma graça de tão serena. Em cima da mesa dela havia uma capa de revista que me chamou a atenção. Tinha umas letras brancas bem grandes fazendo contraste com o fundo preto. A palavra em destaque? FELICIDADE!

Pelo menos para o meu momento, palavra mais sugestiva não há. Então, decidi folhear.
A matéria era extensa e muito técnica, embasada em estatísticas, filosofias freudianas e outras teorias mil. A leitura também era complexa, então decidi tirar as minhas próprias conclusões sobre um assunto tão abstrato.

Seria egoísmo e pretensão minha ditar a felicidade em achismo de primeira pessoa. Por outro lado, eu não estaria honrando as minhas brunisses, neste espaço tão meu – tão seu, tão nosso!
Portanto, deixei a modéstia de lado e antes de discorrer sobre a tal felicidade usando o sujeito eu, mergulhei nas minhas definições porque, acredite, eu ainda não tinha parado pra pensar nesse conceito meio Pão de Açúcar – que é lugar de gente feliz! rs...

Dias de sol. Cochilo depois do almoço. Lírios brancos. Sorvete de pistache. Samba na Lapa. Lembranças do almoço de domingo na casa da avó Eulália. Moda de viola com o meu pai. Dirigir ouvindo Nothing But a Song. A presença da tia Margarida. Ser lembrada por um amigo. Fazer amor onde der vontade. O cheiro da noite. Café no fim de tarde. Beijar com os olhos. Nascer do sol no Arpoador. Crise de riso no elevador. Fazer passinho anos 90 na balada. Mensagem inesperada no celular. Um jantar com alguém especial. Saber notícias de quem mora longe. Uma massagem na nuca. Um aumento. Carinho no cabelo. A lua. A praia. Um vestido novo. O carnaval. O abraço dos meus pais. Um temaki Filadélfia. As crianças do meu trabalho. Esquecer do tempo. Sentir o vento...

O colunista da matéria que me inspirou dizia que as pessoas mais felizes são aquelas que moram em lugares paradisíacos, mesmo que vivam de caça ou pesca, numa casinha sapê ou pau-a-pique. Sem conforto, sem Macintosh, LCD, massagem com pedras quentes, “MSC qualquer coisa” ou Louis Vuitton. Faz sentido!

A gente vive numa jornada alucinada de trabalho. Acorda às 6h, pega trânsito, bate cartão, enfrenta chefe, reuniões, execuções, início de projeto, conclusão de projeto, planejamento, novo projeto, não dá tempo, hora extra, pós, inglês... Tudo isso por alguns milzinhos na conta no final do mês. Sobra algum minuto pra ser feliz nessa rotina sufocante de obrigações?! Ou seria a felicidade um atributo de quem consegue encaixá-la em todas essas atribuições diárias que vêm sempre antes da conversa boa e cerveja gelada no boteco da esquina?!

Tarefa difícil definir felicidade. É estado de espírito?! É cognitiva?! É o prazer pelo momento?! Dá pra apalpar?!

Definitivamente não. Nem apalpar, nem definir com sinônimos. Ela é intangível e tem um poder estranhamente fictício sobre a gente. De onde será que ela vem?! Também surge no final do arco-íris?!  

Depois de uns dias cinzas na minha vida, me determinei a ser feliz. A qualquer custo. Em qualquer situação. Independentemente do resto, apenas de mim. Deu certo.
Percebi então que a felicidade é a vontade de sorrir, de ser intensa na simplicidade. Felicidade é vontade. Do querer ou sem querer. Vontade que nasce de algum lugar que a gente desconhece ou do que a gente planta.  

Sei que a maior parte dos seguidores deste blog é masculina, mas peço licença para definir, então, a felicidade como uma temporada de flores que a gente vive. Sim, flores!

Minha definição de felicidade é o processo do plantio que a gente escolhe colher a curto, médio ou longo prazo.
Não se vale exatamente do número de sementes plantadas, mas da qualidade do solo e dos botões que a gente permite vingar.

Um dia todas as flores murcham, mas não acabam. Existe uma infinidade de outras espécies a serem plantadas. O solo que um dia é germinado, se torna muito mais rico e fecundo. Se fortalece. E a opção de plantar outros e outros jardins é unicamente nossa!

Agora peço licença para regar o meu nessa tarde de domingo extremamente ensolarada, com velhos amigos e claro, o bom e velho sorvete de pistache!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

De Homem pra homem!

Ooolha, tem horas em que eu penso que deveria ter nascido homem, viu?! Definitivamente, ser mulher anda muito difícil!
Sempre foi assim. Se antes havia umas pobres coitadas que viviam pra cozinhar, lavar, passar, dar conta do marido, dos filhos e fazer tricot, hoje a gente continua fazendo isso (ah, eu gosto de tricotar!), mas ainda carrega a responsabilidade de uma boa formação, de ser bonita, magra & interessante. E isso não é garantia de nada! Ou seja, corto os pulsos agora ou depois?!

Soube que anda rolando por São José a divulgação de um blog criado para falar mal dos homens dessa cidade. E parece que a coisa anda causando certo frisson na galera! Hahahahahah... Achei engraçado, mas já alertei as meninas, cuidado, porque vai ter revanche!

Eu não vou deixar meu pobre blogzinho com cheiro de Hugo Boss. Eu não perderia o meu tempo falando sobre homens todos os dias, penso em muitas coisas além disso. Portanto, hoje não vou falar mal de vocês. Nem bem! rs... 

O que é que anda acontecendo, meninos?! Sentem aqui e vamos conversar!
Tenho conhecido algumas pessoas, mas posso contar nos dedos os caras com quem eu conversaria de novo ou passaria o meu telefone. Desculpem-me a sinceridade, mas vocês andam pouco interessantes!

Anexo. Estou lá, andando pra lá e pra cá, curtindo o jazz do Chiquinho. Me chega um cidadão e diz: Oi, eu acabei de chegar de Londres... Para tudo! Já começou errado. Se achou que me impressionaria citar Londres, perdeu 20 pontos. Continuando: ...e as mulheres de lá são estilosas, assim como você... Perdeu 10 pontos. Achou que eu fosse amolecer com um elogio barato e sem foco. Continuando: ...eu acho que aqui nessa cidade não tem homem pra você, eu sou um homem pra você... E acendeu um cigarro! Errou na previsão, porque não faz meu tipo, porque é pretensioso e porque fuma. Pontuação do artista circense: -100

Em seguida, fui puxada pelo braço por um anão de jardim. Claro, também começou perdendo pontos pela agressividade e desespero. Ele: Vamos conversar alí (num cantinho vazio)?! Eu: Por que alí?! Pode falar aqui mesmo... Ele: Não, vamo alí. Eu: Eu não vou alí com você. Ele insistiu algumas vezes pra eu ir alí, eu neguei todas e ele ficou nervoso: Então fica aí, tem gente que tem o que merece mesmo!
Ai... Esse não merece nem nota vermelha!

E no Rio?! A abordagem de todas as noites pode ser resumida em uma frase clássica: Caraca, tú é linda. Me passa seu Facebook?!
Eles não estão interessados em saber o seu nome. Eles querem apenas te adicionar. Tô perdida, acho que ninguém vai me querer, porque deletei o meu! rs...

É claro que tem gente interessante também. Conheci pessoas bacanérrimas, mas não se compara ao número de palhaços que eu tive a infelicidade de encarar por aí.
Eu não sei o que anda acontecendo com os homens, que se tornaram tão desinteressantes. Não se trata de muita exigência. Mas não sou eu, uma mulher com um trabalho interessante, que leio sobre tudo, converso sobre quase tudo, que aprecio a política, a arte e a cultura, é que vou dar conversa pra um famigerado de assunto e de modos por aí. Ah, que preguiça!
O vendedor de esfirra que conheci na praia é mais interessante do que o recém chegado de Londres. Definitivamente não é preciso muito.

Quem avisa, amiga é. Depois não queiram seus nomes estampados no blog da menina! rs...   

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quando o ano muda...

E depois de tanto tempo, depois de ter virado a década, eis-me aqui de novo. Voltei, pessoas!

Passei uns dias por aí, viajando, conhecendo gente e me distraindo. Agora as férias estão chegando ao fim e é hora de voltar pra casa, desfazer as malas, restabelecer os velhos hábitos, abandonar alguns e continuar, afinal tem um ano inteirinho esperando por mim!

No finalzinho do ano passado me flagrei pensando nessa espera que o ano novo causa na gente. É incrível!
Eu mesma vivi um ano perfeito. Fiz coisas bacanas, com pessoas bacanas, conheci lugares diferentes, rí por diversos motivos, fui ao show da minha vida, mas... Estava louca para que o ano acabasse logo! rs...
Pra quê?! Nada muda. O dia simplesmente vira. De onze e cinquenta e nove de 31/12, passa a ser meia noite de 01/01. O que é que tem de mais nisso?! Não sei, mas confesso, esse momento é quando até o mais incrédulo, passa a ter esperança. 

Quando o ano muda, quase nada muda. Os amigos são os mesmos. A grana no banco continua a mesma. A saúde é a mesma. Os amores são os mesmos. Mas a esperança, essa se renova!
É como a velha história de escrever a vida nas folhas em branco. Se você tivesse a oportunidade de reescrever suas linhas em folhas novinhas, como seria?! Como agiria?! Faria tudo igual?! Apagaria o quê?! Acrescentaria o quê?! O ano novo nos traz essa possibilidade. É como se a gente pudesse apagar todos os erros e todas as coisinhas tristes que passaram e tentar fazer diferente, ser melhor.

Quem inventou o período de um ano deve ter imaginado que esse era o período em que a gente aprontaria de tudo, desenfreadamente, e se cansaria. Planejaria, trabalharia, viajaria, brigaria, destrataria, correria, dormiria, acordaria, comeria, trabalharia, trabalharia, mudaria, se arrependeria, tentaria, erraria, trabalharia mais um pouco e... Chega, né?!  
Ja a passagem do ano deve ter sido idealizada por algum sábio que percebeu que na vida a gente precisa de um marco pra fechar ciclos e iniciar outros.

E não poderia ter sido diferente, enquanto eu via aqueles fogos da virada explodirem no céu do Rio, algo dentro de mim ia embora e algo novo chegava.
Não sei ao certo o que ia embora. Talvez nessa hora, a chegada da esperança espante toda e qualquer coisa ruim que a gente possa trazer do passado. Mas naquele momento, senti aquela energia boa que a vontade de fazer acontecer e fazer dar certo causam na gente. 

Eu ainda não sei como vai ser o meu ano, mas sei que tenho controle de 80% dele (Teoria de Pareto, lembram?!). Está tudo nas minhas mãos. Esperança eu tenho. E o santinho do Santo Expedito também! rs...

Que o nosso ano seja de louros, cambada. 2011 motivos pra sorrir!