segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Eu, confusa.

Eu nunca soube o que queria ser quando crescer. Cresci e ainda não sei. E essa é uma verdade que me incomoda muito.
Tenho a minha profissão, mas não sei... Ainda não é isso!
Tive medo de fazer algumas escolhas, quando era tempo de escolher. Coragem eu só tive para tomar as decisões erradas. E essas sim foram acertivas!

Sempre fui conduzida. Conduzida principalmente pela Bruna da vez. Porque há em mim uma infinidade delas.   
Me divido do leve amargor ao frescor. Sou cítrica, sou amarga, sou azeda, sou doce, sou madeira, sou pimenta. É assim que me defino. Uma mistura complexa de cores e sabores, que variam de acordo com tudo a minha volta. Nada a ver com pentapolaridade. Muito mais conexo com mente liberta.

Eu fiz algumas escolhas das quais me arrependo. Me arrependo, mas não deveria, afinal hoje elas funcionam como parâmetros. Sei bem o que não quero e irremediavelmente fujo do que repele as minhas convicções.

O que falei até aqui, serviu de introdução para a razão desse post. Há pouco tempo, fiz uma escolha. Uma escolha insana - que na época, não parecia ser. Essa escolha exigiu tempo, renúncias e alguns gastos. E eu segui o protocolo direitinho. Ok, daqui a pouco continuo essa história.

Outro dia fui ao cabeleireiro. Sentei naquela cadeirinha mágica (aquela em que a gente senta morena e levanta platinada) e disse que o que eu queria fazer nas madeixas. E foi alí que tudo mudou. Nããããão, não falo sobre a cor do meu cabelo, tampouco da textura dele. Falo da Bruna que existe em mim! rs...

O cabeleireiro, ousadinho, disse que eu não precisava mudar meu visual. O que eu realmente precisava de orientação. Orientação?! Como assim?! Esse cara nem me conhece, só estive aqui uma vez! 
Fiz cara de qualquer coisa, mas deixei o bicudo continuar. Adoro ouvir as pessoas. Mesmo quando o que elas têm pra dizer sejam críticas sobre mim mesma. Oh! E isso é bem difícil! rs... 

E ele continuou. Disse que minha última escolha (aquela que eu reservei pra contar mais tarde) não tinha nada a ver comigo, que eu estava fugindo de uma vocação para abraçar um capricho meu. Só meu. E que estava sendo egoísta com o mundo em disperdiçar o meu tempo com uma escolha feita por impulso, que funcionava como uma emenda pro meu ego.

É, ele disse isso! E eu achei um absurdo. Achei ousadia demais. Achei um chato demais! 
Mas eu achei tudo isso, porque no fundo sabia que ele estava certo. Eu fiz uma escolha sem pensar em qual seria o futuro dela. Essa minha mania de viver de momento às vezes me atrapalha...

Confesso que desde aquela manhã de sábado, no salão de cabeleireiro, tenho pensado nas palavras daquele cara que não sabe nada sobre a minha vida e quase nada sobre mim. Mas entende de olhar. E se foi Deus, ou qualquer outra força maior que tenha colocado aquele bicudo na minha vida pra me dizer tudo aquilo, então eu respeito. Respeito e declaro aqui, nesse exato momento, a abolição da minha escolha, feita há 6 meses. 

P.S: Onde é que eu estava com a cabeça quando escolhi aquilo?! rs...
P.S 2: Sem perguntas. Não vou dizer que escolha foi essa. Já foi desescolhida. Calou.

   

3 comentários:

  1. acho que toda confusão te ajuda escrever bem
    e bem claramente. tbm acho que, apesar do aviso,
    poderia dizer logo o que vc desescolheu? rs.

    ResponderExcluir
  2. É verdade, desescolher pode ser tão demorado e as vezes bem mais difícil que a escolha.
    Eu não sei o q poderia ser e parece mais difícil (e complicado) do q o palpite dos vestidos. rs
    Mas é legal q foi embora. E está quieto.
    Beijo pra ti misteriosa.

    ResponderExcluir